terça-feira, 27 de abril de 2010

Abertura do XIV Cine-PE.

Crystal e seu piano.

Ontem fomos eu e Renê (vulgo Trombadinha), em meio à chuva torrencial que caía em Recife, para o Cine-PE. Encontramos até Dayvison, um amigo nosso da UFPE. Bem, vamos falar dos filmes que é o motivo desta postagem. A noite começou com Crystal, uma pianista de 11 anos que é tampa de Crush. Muito boa! Me emocionei ao vê-la tocar. O primeiro filme da noite abrindo a mostra de curtas digitais foi Tanto, que fala sobre uma mulher que está passando pelo fim de um relacionamento amoroso com um cara e tem dificuldade de se livrar das lembranças e está tentando se livrar a todo custo se livrar dos pertences deixados por ele. O final surpreende um pouco, mas eu não gostei muito não. Muito parado! O segundo foi Lá Traz da Serra, que fala sobre um simpático senhor que mora atrás de uma serra, como sugere o título e que pra" entrar em contato com o mundo" tem que descê-la, o que nem sempre é tão fácil. Fala das dificuldades de se morar em um lugar tão ermo, das relações patrão-empregado no campo. Duas partes no filme me marcaram. Primeiro quando ele diz que é católico, devoto de todo santo, analfabeto ("mofabelto"), que só sabe o que é um O porque é redondo e nunca tentou tirar nada de ninguém. E a outra é quando ele diz que tem orgulho de ser brasileiro e que é paraibano puro, puro, puro. Muito bom! Tem um sotaque da terrinha. Sabe aqueles filmes em que a gente se reconhece? Este é um deles...
Equipe de Recife Frio.

Abrindo a mostra de curtas em 35 mm veio Bailão, um filme sobre a homossexualidade masculina na terceira idade. O Bailão é uma boate que os rapazes (ou neste caso, os senhores) vão para encontrar um par. Muito bom! Me marcou a fala de um dos personagens que diz que foi criado para ver a homossexualidade como coisa errada, marginal e mesmo sendo homossexual e tendo os seus 65 anos, não consegue deixar de vê-la desta forma. Depois veio O Filme Mais Violento do Mundo, que conta a história de raimundo, um sujeito que está tentando fazer um filme e vai ter uma conversa com o amigo, que diz que os títulos de seus filmes não têm nada de chamativo: Perdão, amor, saudade. Ninguém mais quer ver isso. O povo quer ver sangue, sexo... Então o Raimundo resolve procurar uma história de um bandido muito ruim para filmar, até que encontra a história de Zé Barbosa, até que quando a filmagem do filme acaba, o próprio Zé vai procurar o Raimundo, dizendo-lhe que ninguém mais quer ver sangue, que ele agora é um outro homem e que o filme de perdão que Raimundo fez mudou a sua vida. O final, me surpreendeu! Muito bom! Por último, teve o maravilhoso Recife Frio, que foi aplaudidíssimo pelo público. A história de Recife estar vivendo os seus dias de chuva e frio é muito boa. E muito original també. Assistir aqui foi diferente de assistir no Rio. Aqui eu tava em casa. Aqui todo mundo tava se vendo na telona.... Todo mundo entendia as piadas... Excelente!

Equipe de O Bem Amado.


E pra fechar a noite, teve a exibição de O Bem amado. Eita filme porreta! O time de atores de primeira. As Irmãs Cajazeiras: Drica Moraes (Juju), Andrea Beltrão (Dulcinéia) e Zezé Polessa (Dorotéia) impagavéis. E o que dizer de Marco Nanini como Odorico Paraguassu? Maravilhoso! Mateus Nachtergale, Maria Flor, Tonico Pereira, José Wilker, Maria Flor... Muito bons! O filme mostra que política e moral não andam juntas, que no final esquerda e direita é tudo a mesma coisa... Tudo farinha do mesmo saco. A história gira em torno do cemitério (já que os mortos vão ser enterrados em Santana porque sucupira não tem um cemitério) que foi construído através do superfaturamento dos materiais e que nunca foi inaugurado porque não havia morto para se enterrar. Até tem a tentativa frustrada de levar um doente terminal para Sucupira, o primo Ernesto, Bruno Garcia, que termina ficando curado. Morre depois, comido por um tubarão, mas não serve para a inauguração do cemitério porque sobra apenas a sunga dele. O filme é muito engraçado! Me acabei de rir em algumas partes... Embora a peça tenha sido escrita por Dias Gomes alguns anos atrás, o seu enredo continua bastante atual, e a depender de nossos políticos, parece que sempre será bastante atual... E pra terminar... Adivinha quem inaugura o cemitério de Sucupira?
Mas o Bem Amado da noite foi mesmo Recife Frio...

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