Ontem fomos eu e Renê (vulgo Trombadinha), em meio à chuva torrencial que caía em Recife, para o Cine-PE. Encontramos até Dayvison, um amigo nosso da UFPE. Bem, vamos falar dos filmes que é o motivo desta postagem. A noite começou com Crystal, uma pianista de 11 anos que é tampa de Crush. Muito boa! Me emocionei ao vê-la tocar. O primeiro filme da noite abrindo a mostra de curtas digitais foi Tanto, que fala sobre uma mulher que está passando pelo fim de um relacionamento amoroso com um cara e tem dificuldade de se livrar das lembranças e está tentando se livrar a todo custo se livrar dos pertences deixados por ele. O final surpreende um pouco, mas eu não gostei muito não. Muito parado! O segundo foi Lá Traz da Serra, que fala sobre um simpático senhor que mora atrás de uma serra, como sugere o título e que pra" entrar em contato com o mundo" tem que descê-la, o que nem sempre é tão fácil. Fala das dificuldades de se morar em um lugar tão ermo, das relações patrão-empregado no campo. Duas partes no filme me marcaram. Primeiro quando ele diz que é católico, devoto de todo santo, analfabeto ("mofabelto"), que só sabe o que é um O porque é redondo e nunca tentou tirar nada de ninguém. E a outra é quando ele diz que tem orgulho de ser brasileiro e que é paraibano puro, puro, puro. Muito bom! Tem um sotaque da terrinha. Sabe aqueles filmes em que a gente se reconhece? Este é um deles...

Abrindo a mostra de curtas em 35 mm veio Bailão, um filme sobre a homossexualidade masculina na terceira idade. O Bailão é uma boate que os rapazes (ou neste caso, os senhores) vão para encontrar um par. Muito bom! Me marcou a fala de um dos personagens que diz que foi criado para ver a homossexualidade como coisa errada, marginal e mesmo sendo homossexual e tendo os seus 65 anos, não consegue deixar de vê-la desta forma. Depois veio O Filme Mais Violento do Mundo, que conta a história de raimundo, um sujeito que está tentando fazer um filme e vai ter uma conversa com o amigo, que diz que os títulos de seus filmes não têm nada de chamativo: Perdão, amor, saudade. Ninguém mais quer ver isso. O povo quer ver sangue, sexo... Então o Raimundo resolve procurar uma história de um bandido muito ruim para filmar, até que encontra a história de Zé Barbosa, até que quando a filmagem do filme acaba, o próprio Zé vai procurar o Raimundo, dizendo-lhe que ninguém mais quer ver sangue, que ele agora é um outro homem e que o filme de perdão que Raimundo fez mudou a sua vida. O final, me surpreendeu! Muito bom! Por último, teve o maravilhoso Recife Frio, que foi aplaudidíssimo pelo público. A história de Recife estar vivendo os seus dias de chuva e frio é muito boa. E muito original també. Assistir aqui foi diferente de assistir no Rio. Aqui eu tava em casa. Aqui todo mundo tava se vendo na telona.... Todo mundo entendia as piadas... Excelente!


E pra fechar a noite, teve a exibição de O Bem amado. Eita filme porreta! O time de atores de primeira. As Irmãs Cajazeiras: Drica Moraes (Juju), Andrea Beltrão (Dulcinéia) e Zezé Polessa (Dorotéia) impagavéis. E o que dizer de Marco Nanini como Odorico Paraguassu? Maravilhoso! Mateus Nachtergale, Maria Flor, Tonico Pereira, José Wilker, Maria Flor... Muito bons! O filme mostra que política e moral não andam juntas, que no final esquerda e direita é tudo a mesma coisa... Tudo farinha do mesmo saco. A história gira em torno do cemitério (já que os mortos vão ser enterrados em Santana porque sucupira não tem um cemitério) que foi construído através do superfaturamento dos materiais e que nunca foi inaugurado porque não havia morto para se enterrar. Até tem a tentativa frustrada de levar um doente terminal para Sucupira, o primo Ernesto, Bruno Garcia, que termina ficando curado. Morre depois, comido por um tubarão, mas não serve para a inauguração do cemitério porque sobra apenas a sunga dele. O filme é muito engraçado! Me acabei de rir em algumas partes... Embora a peça tenha sido escrita por Dias Gomes alguns anos atrás, o seu enredo continua bastante atual, e a depender de nossos políticos, parece que sempre será bastante atual... E pra terminar... Adivinha quem inaugura o cemitério de Sucupira?
Mas o Bem Amado da noite foi mesmo Recife Frio...
Mas o Bem Amado da noite foi mesmo Recife Frio...
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