quinta-feira, 1 de abril de 2010

Capitu - Memórias Póstumas.


Em outubro do ano passado, fui com mainha e Ricardo, meu irmão, à Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. Passando pelos stands, achei um livro que achei muito interessante, "Capitu - Memórias Póstumas", de Domício Proença Filho, a resposta de Capitu a Bentinho. Hoje de manhã terminei de lê-lo. Me lembro que quando li Dom Casmurro tive uma raiva imensa dele. Como é que a pessoa fica doente de ciúme e perde um amor tão bonito como o de infância? ADORO MACHADO! Acho os seus textos divinos. Até hoje acho que ninguém chegou nem perto dele, mas acho que o texto de Domício proença Filho chega o mais perto que alguém já chegou. O texto está baseado em capítulos curtos, a la Machado. E a ironia também está lá. E outros personagens machadianos também estão lá. Por conselhos de Brás Cubas e Quincas Borba, Capitu resolve escrever as suas memórias póstumas. Até a Aurélia de José de Alencar dá a graça de sua presença nas paragens por onde se encontra Capitu. Para quem não gosta de injustiças amorosas, leia. Em alguns momentos do relato dos dois, parece mais que o amor de Bentinho é Escobar. Ele fica meio que obcecado com o novo amigo... Nunca achei Capitu dissimulada, ou aliás, nunca a achei culpada de traição porque dissimulada é quase toda mulher. A mulher que não acha isso, é porque não se conhece. Sempre dissimulamos quando queremos conseguir o que desejamos. E quem não o faz, é porque não sabe dos seus "poderes". E Capitu faz isso como ninguém. Ela faz tudo para conseguir ficar junto do homem que ama. Pena que o dito homem não sabe reconhecer o que ela faz. E geralmente, nenhum reconhece. Mas enfim, o livro é uma resposta. E uma resposta em bom estilo ao doido do Bento Santiago, que se deixa levar pelos seus devaneios. Não vou contar o enredo do livro, até porque ele é muito parecido com o de D. casmurro... Pra quem gosta de bons exercícios literários... E do mistério da arte literária, leia... creio que você não se arrependerá...

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