
Hoje de manhã fui para a Sessão de Arte do Cinema São Luiz. Eu nunca tinha ido. Aliás, acho que desde que reabriu ainda não havia tido a sessão de arte. Fui porque ouvi, ou melhor, li que o filme era muito bom. E também era de Jacques Tati. Não que eu já tivesse visto alguma coisa dele, mas no ano passado teve uma mostra dele lá no Cinema da Fundação, mas eu não pude ir. Desde então fiquei curiosa pra ver alguma coisa dele. Bem, hoje foi o dia... Antes da exibição de "Meu Tio", teve a exibição de 'Até o Sol Raiá", um filme pernambucano muito bom. Começa com a leitura de um cordel. Fala sobre Lampião. Um boneco que ganha vida. Feito em computador. Não sei bem como que chama o nome, mas sei que os bonecos são feitos no computador e alguns acho que é com a técnica que dá vida a bonecos. Muito bonito. Quem puder, assista. Com isso, a gente vê que Pernambuco também pode fazerbons filmes, ao contrário do que pensa muito gente. Mas voltando a "Meu Tio", se todos os filmes de Tati forem iguais a ele, os filmes deles são maravilhosos. O filme é muito bom. Excelente! Muito engraçado! De um humor como poucos filmes por aí têm. E não é de contar piadas bobas, como vemos por aí hoje em dia não. É o humor das situações, dos personagens, que são engraçados por si só, até mesmo calados. O tio do título, de nome Hulot, é uma figura. Ele não precisa nem abrir a boca pra você rir. Altamente atrapalhado (a cena das salsichas de plástico na fábrica são hilárias e também quando ele quer esconder o vazamento da fonte e quando ele vai cortar as plantas da irmã - se é que três paus amarrados na parede podem ser chamados de plantas). É com Hulot que Gérard, o seu sobrinho, passa os seus melhores momentos. Hulot o deixa se divertir com meninos de sua idade, leva brinquedos engraçados para ele, enquanto que o pai, Charles Arpel, vive numa casa altamente modernizada e só leva pra ele brinquedos sem graça. A mãe, Madame Arpel é uma perfeita dona de casa que tem mania de limpeza. Parece um aspirador de pó rs. Muito engraçada a cena em que ela vai mostrar à vizinha como funciona a sua cozinha. A casa parece ter saído do desenho dos Jetsons.O jardim é engraçadíssimo. Quando eu vi me deu uma vontade enorme de rir. Um peixe como fonte. E o mais engraçado é quando toca a campainha, que ela liga a fonte (o peixe) e abre o seu portão automatizado. Ah... E a fonte só continua ligada se for alguém "importante" ou que os donos da casa achem que valham a pena. Muito engraçado é quando resolvem dar uma recepção para ver se conseguem que Hulot tenha algo com a vizinha. Quando a vizinha chega os Arpel a confundem com um vendedor de tapetes. Hilário! Todo mundo no cinema riu. Aliás, todo mundo no cinema riu o filme quase todo. Bonito é o final, quando o tio vai embora e o pai meio que começa a aprender a ser divertido com o filho. A fotografia do filme é muito bonita! Este é um exemplo daqueles filmes sem pretensão, que vão chegando de mansinho e quando você vê, já está encantado. E ainda é falado em francês... Vale a pena ser visto...
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