domingo, 2 de maio de 2010

Última noite do XIV Cine-PE, antes da premiação.

Ontem mais uma vez eu fui para o Cine-PE. Cheguei atrasada, pois antes fui para um aniversário. E quase que não ia porque a festa estava muito boa. Mas fui. Peguei um táxi do Derby pra lá, pra não ter que descer no Tacaruna e ir andando. Infelizmente quando cheguei lá o último documentário digital estava acabando. O primeiro documentário 35 mm da noite foi Geral, que fala sobre a geral do Maracanã, onde o povo assistia o jogo em pé, mas esta parte da arquibancada não existe mais. Mostra bem a paixão brasileira pelo futebol. Muito bom! Onda é na hora que aparece o homem apito. O cara dá um assovio tão alto que mesmo num jogo lotando, um monte de gente falando, o pessoal acha que foi o juiz quem apitou. Benza Deus, que assovio! Mostra personagens bem engraçados, até onde vai o amor de uma pessoa pelo seu time. Ah... tem um cara que manda todo mundo tomar no cu. Ele chega ao cúmulo de olhar pra cima e mandarem tomar no cu. Ele tá fazendo o que? Mandando Deus tomar no cu? Melhor ainda é a cara do indivíduo que está junto dele. Hilária! Adorei! Depois veio Nêgo Fugido, que eu entendi que era um grupo de brincantes que faziam uma pesquisa para alguma composição de apresentação. E iam andando por um vilarejo para entrevistar as figuras. Eu entendi que fazia uma analogia com as condições do escravo quando ele foi alforriado pela abolição ou quando ele fugia, pois mostra os personagens pedindo esmolas, rezando... Bem, foi o que eu entendi... Vai ver nem era isso... Deve ser filme para pessoas inteligentíssimas. Ou com um grau de hermenêutica elevadíssimo. Não foi o meu caso para este filme. O último que eu vi foi Um Médico Rural, que era baseado numa obra de Franz Kafka. Este último foi que piorou. Um menino vai chamar o médico em casa para salvar uma pessoa que está morrendo e o médico diz que vai demorar por que o cavalo dele morreu. Enquanto isso, a empregada vai no celeiro e lá está um homem e dois cavalos, Ela sai correndo e chama o médico e o menino. O médico diz que é providencial e sai com o menino e o cavalo para salvar o paciente. Lá o homem doente tá com umas baratas saindo de um ferimento. Eu juro que eu pensei que ele ia se transformar em barata, como em "A Metamorfose". Lá na casa do médico o cara tá tentando matar a empregada. O médico passa um remédio para o paciente e vai embora. Fim de filme. O que eu entendi? Nada! Não só eu, mas como muita gente que estava junto de mim. Ainda bem que não fui a única. O último curta eu não asisti, pois fui lanchar com Renê pra ver se conseguia pegar um lugar para assistir ao longa.

Graça Araújo.

Quando voltamos, depois de um tempinho, teve o sorteio da TAM de 13 camisas oficiais da seleção que seriam entregues em casa pela companhia.

Tony Ramos e Bete Mendes.

Tony Ramos foi o homenageado da noite e recebeu a calunga das mãos de Bete Mendes. Ele falou da importância que Pernambuco tem no cenário cultural e que alguns pernambucanos nem se dão conta disso.

Equipe de Quincas Berro d'água.

Para fechar a noite teve Quincas Berro d'Água. Muito bom! O defunto que se diverte mais que muitos vivos por aí. Tem duas frases no filme que me marcaram que são mais ou menos assim: "Só teme a morte aquele que nunca viveu a sua vida." e "A minha vida de defunto é mais animada que a de muito vivo por aí". Paulo José está muito bom como Quincas. Aliás, o filme tem muita gente boa. Vladimir Brichta, que vive o genro de Quincas. Mariana Ximenes, que faz a filha do defunto. Marieta Severo estava irreconhecível na pele da espanhola amante de Quincas. E os amigos do cara? Só malandro, que chegam ao cúmulo de tirar a roupa do defunto e vender o seu relógio de ouro, que a filha coloca para ele ser enterrado com ele. Os amigos são interpretados por Flávio Bauraqui, Frank Menezes, Irandhir Santos e Luis Miranda. Tem ainda atores de Ó Paí, ó que não sei o nome. Ah... tem a cena hilária do velório quando a velha começa a soltar puns e a arrotar. Me acabei de rir. O pior é que todo mundo pensa que o defunto tá fingindo. Muito bom! O final, como não li o livro de Jorge Amado, me surpreendeu. Não o final do defunto, mas o final da filha e do genro. Bem, principalmente o do genro... É bom pra refletir sobre o que estamos fazendo com as nossas vidas. Será que estamos aproveitando bem? Será que estamos aproveitando, mesmo que seja pouco? Será que vamos passar em brancas nuvens? Estamos sendo espectadores de nossa própria vida? Assistam!

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