Hoje eu fui assistir As mães de Chico Xavier. Fui sozinha. Tem certos tipos de filmes que eu acho melhor assistir sozinha. E este é um deles. O Nelson Xavier, mais uma vez, está impecável fazendo o Chico. Engraçado como uma pessoa que sofreu tanto na vida como o Chico tenha um humor muito bom, como aparece nesse filme e no do ano passado. Às vezes, por muito menos, nos tornamos ranzinzas. Eu chorei muito no cinema assistindo esse filme. Me imaginei no lugar daquelas mães que perderam os seus filhos. Imaginei a dor, a tristeza, a saudade. E depois imaginei qual não deve ser a alegria de receber uma carta de uma pessoa com a qual você imaginou que nunca mais teria nenhum tipo de comunicação. E, às vezes, essas cartas dizerem coisas que só a pessoa que se foi e as mais próximas, que ficaram, sabiam. Eu não acredito em tudo o que me dizem e nem em tudo o que vejo por aí, em termos de religião, mas como não acreditar nestas cartas, nestes segredos revelados? As mães do filme são a Vanessa Gerbelli, a Tainá Müller e a Via Negromonte (quando eu era pequena a Via era cantora. cantava "preconceito não faz bem a ninguém e sem ele pense o que seria do poder. Preconceito já causou muito mal. Quem elege seres que decidem que o que é normal?"). A Vanessa Gerbelli foi a que me passou uma emoção maior. Ela faz a Elisa, mãe de um filho prestes a completar 05 anos, o Théo, e casada com o Guilherme, que só tem tempo pro trabalho. Depois que o Théo morre, ele se sente culpado por ter estado tão ausente na vida do filho. Tem a Via Negromonte, que faz a Ruth, que tem um filho que usa drogas, o Raul, e que acaba cometendo suicídio. Quando ela recebe a carta do filho, é emocionante. E tem a Tainá Müller, que faz a Lara, que acaba de descobrir que está grávida e acha que não tem vocação pra ser mãe e quer tirar o filho, mas por obra do destino, na hora em que ela vai tomar os remédios pra tirar o bebê, o amigo do casal, Karl - Caio Blat - chega pra dizer que o pai da criança - Santiago - tá morto. Quando o Santiago descobre que tá morto, é emocionante. A cena mais emocionante do filme, pra mim, é quando a Lara vai falar com a Elisa e diz que tem notado que ela vai em frente à escola que o Théo estudava todos os dias e na mesma hora. A Elisa responde que pode parecer loucura, mas ela vai ali, todos os dias, porque tem a esperança de ver o filho dela saindo da escola. Diz que sempre rezou para tropeçar mil vezes antes do filho dela cair. Que trocaria a vida dela pelo do filho. E que o tempo que passou com o filho foram os melhores anos da vida dela. Eu chorei ouvindo isso porque eu me lembrei da minha mãe. Ela sempre diz na morte de alguém não é pra se ficar tão triste, como se o mundo tivesse acabado. A gente tem é que aproveitar todos os momentos que puder com aquela pessoa, para quando ela partir termos a consciência tranquila. Eu sigo isso com as pessoas e com a minha vida. Se a vida é um presente de Deus, tenho que aproveitar o melhor que posso o meu presente rs. O filme tem umas partes paradas. Talvez não seja tão bom quanto o outro, mas é emocionante. Qualquer mãe ou qualquer mulher que pensa em ser mãe um dia, como eu, se emociona...
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