domingo, 17 de julho de 2011

03 anos do 05/01/2008 - Parte final.

 Minha formatura - 17/03/2008.
 Calourada de História 2008.1.

Na última vez que falei do acidente, parei no dia em que saí do Getúlio Vargas e cheguei em casa. No outro dia, foi o meu aniversário e eu lavei o cabelo... depois de 18 dias... Coçava tanto e eu pegava nele e ele caía... Pensei que ia ficar careca... rs. Pensei mesmo. Mesmo doente, ainda teve meio que uma festa pra mim... veio um monte de gente aqui por conta de meu aniversário. Mesmo podendo ficar sentada, mainha num queria que eu ficasse sentada por muito tempo e eu tive ainda que esperar até o fim do mês pro médico dizer que eu poderia ficar sentada o dia todo se quisesse, mas não conseguia... as costas começavam a doer e me dava uma vontade de dormir rs. Ah... esse médico era particular e custava a pequena bagatela de R$150,00. Na primeira vez que fui lá, ele disse que se eu tivesse sido atendida por ele no dia do acidente, ele iria colocar um negócio... haloveste, se não me engano era esse o nome... e nem sei se é assim que se escreve... q iria furar a minha cabeça e o meu ombro para não ter perigo do pescoço se mover... Bem, ainda bem que não fui atendida por ele... Furar a cabeça? Afff maria... No período em que fiquei em casa, li muito. Acho que li uns 10, 15 livros em menos de 03 meses, porque depois, mesmo com o trequinho no pescoço, comecei a sair... Me lembro que na sexta-feira santa desse ano eu e Renê fomos lá no Tacaruna numa chuva triste, só pra eu sair de casa... eu num aguentava mais... Antes disso, eu já andava aqui pela rua... Comecei indo até o beco, depois fui até a esquina e o meu recorde foi chegar na banca de revista... rs. Depois o médico disse que eu podia voltar à faculdade. Fiquei tão feliz com isso. Antes, teve a minha formatura na Licenciatura. Eu não estava do jeito que eu queria. Tinha um treco no meu pescoço rs. Num tava com o cabelo que queria, a sandália que queria, o vestido que queria, mas o que importava naquele momento, para mim, era estar lá. Depois de quase não estar, porque a professora de Prática de Ensino de História queria que eu fosse fazer provas sem poder, depois, quando viu que o caso era realmente sério, passou um trabalho e depois não queria colocar a minha nota no SIG@. Só veio colocar uma semana antes da minha colação. Mainha foi lá com todos os documentos do acidente, fotos e tudo o mais, porque se a infeliz não colocasse a nota, mainha ia falar com o Reitor ou com quem quer que fosse... Onde já se viu? Perder todo o meu esforço de pagar até 08 cadeiras num período por causa de uma pedrinha no meio do caminho... Ah... professora infeliz... Bem, depois de muito ficar em casa, muito pensar, ler, refletir, fiquei diferente... Não tem como se passar pela quase morte e voltar de maneira igual. Antes de ir no médico do haloveste, fui numa médica lá no Derby e ainda me lembro da cara de espanto que ela fez quando me viu em pé. Ela olhava pra mim com uma cara que parecia que tava vendo um fantasma e eu pensando com os meus botões: Essa mulher sabe mesmo o que tá fazendo? Rs. Ela explicou que era um verdadeiro milagre eu estar ali contando a história e ainda mais em pé e andando normalmente. Pra mim, num era tão normalmente assim, mas era muito melhor que não andar nunca mais. Saí do acidente diferente. Como disse, não tem como se passar uma coisa dessas e sair igual. Passei a dar mais valor às coisas que realmente importam: amigos, família, sonhos. Decidi que ia aproveitar a minha vida, fazer as coisas que sempre tive vontade de fazer mas num tinha coragem, dizer as coisas que num tinha coragem de dizer. Falar pras pessoas o quanto elas são importantes pra mim, antes que elas passem na minha vida e não voltem mais... A primeira coisa que fiz foi realizar o meu sonho de pirralha: andar de avião. Peguei uma promoção na Gol e fomos eu e o trombadinha andar pela terras soteropolitanas... Quem me conheceu antes do acidente, diz que não sou mais a mesma...

2 comentários:

  1. Ah... e quando pensei que fosse me livrar do colar, o médico trocou o cor de nada pelo azul. Chega me deu um desânimo... eu que queria me livrar logo do colar, ainda tive que passar mais quase um mês com ele... Depois de quase quatro meses usando ininterruptamente um colar no pescoço, acho que criei um certo trauma. Hoje em dia é muito difícil alguém me ver de colar...
    E também esqueci de falar da parte de reaprender a andar. Sempre segurando em alguém e depois segurando na parede pra poder andar sozinha... Reaprender a tomar banho sozinha sem me abaixar (até hoje tenho que tomar banho colocando a perna em algum lugar rs) e me levantar da cama sozinha (minha mãe quase morreu quando descobriu que eu tava me levantando sozinha rs) e me vestir sozinha... até hoje às vezes me pego vestindo as roupas pelo pé... rs.

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  2. É jovem apesar da pouca convivência antes do acidente tenho que atestar que realmente vc mudou, acho que até já falei isso pra vc e tbm tem aquela máxima do que o que não nos mata nos fortalece.
    Mas o bom é que vc sobreviveu a tudo isso e continua uma pessoa maravilhosa, força sempre.
    xero

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