terça-feira, 1 de novembro de 2011

Melancolia.

Tinha marcado pra assistir Melancolia com um amigo meu, mas ele começou a namorar e o cinema foi pro brejo. Não, meus caros leitores, não estou com ciúmes do meu amigo. O que eu acho é que amigos não devem ser esquecidos por causa de relacionamentos amorosos... Mas cada um é cada um... Ontem resolvi ir assistir o filme. Lá no Plaza... na sessão de arte, às 12:10hs. Hora da fome... mas fui. A abertura do filme é linda. Os efeitos, a fotografia, muito bom. E a trilha... A trilha desse filme é muito boa. Casa muito bem com o enredo. Pra mim, o filme pode até ser ruim, mas tendo uma trilha sonora boa já vale o ingresso do cinema... Confesso que no início tava meio com medo de não gostar deste filme ou de não entender... O filme de Lars Von Trier anterior a esse foi um queimar de miolos pra mim... Gostei de Melancolia. Digamos que o Von Trier tem uma forma ácida de ver a vida. Esse filme, como os outros do diretor, é dividido em capítulos. O primeiro capítulo é dedicado a Justine (Kirsten Dunst), que está em sua festa de casamento com Michael. A festa está ótima. E é num lugar lindo, meio bucólico, que me lembrou a locação de Anticristo. Como disse, estava indo tudo muito bem, até Gaby, a mãe da noiva falar. E dizer que não acredita no casamento. Essa Gaby me lembrou a minha avó materna, que fala o que tem que falar, doa a quem doer. Embora a irmã e o cunhado de Justine (Kiefer Sutherland, o Jack Bouer de 24 horas e Charlotte Gainsbourg, que trabalhou em Anticristo) tentem manter as aparências de que tudo está normal, nada vai normal na festa. A noiva dorme, transa com outro cara, vai falar com o cavalo. Ela quer sair dali. Sabe que eu pensei como nós, seres humanos, gostamos de manter as aparências nessa vida... A vida da gente pode tá uma merda, a gente pode tá fodido e mal pago, mas a gente sempre quer mostrar aos outros que tá por cima da carniça, que nem urubu... A Justine tem dúvidas de que caminho quer seguir, mas vai celebrar a dúvida com um festão... Vá nos entender... Por fim, o Michael se cansa e vai embora. Na mesma noite em que casou... Enquanto isso na sala de justiça, o planeta Melancolia se aproxima da terra... a segunda parte do file é dedicada a Claire, a irmã casada de Justine. Claire é a certinha. É casada, tem um filho e gosta de manter a vida como ela está, mas fica cada dia mais ansiosa quando descobre que o Melancolia vai passar bem perto da terra. Ela quase enlouquece... No fim das contas, parece que Justine, que fica perturbada mentalmente (pelo menos foi o que deu pra entender) é a mais equilibrada da família. Justine aceita que a terra terá um fim, se conforma. Não há o que fazer. Estamos sozinhos no mundo, não há ajuda possível e estamos à beira da morte... A Claire se preocupa porque o seu filho, Leo, não terá um lugar pra crescer. Não é engraçado como, às vezes, temos todas as condições para uma vida feliz e só vamos nos preocupar quando ela está prestes a acabar? Por que a gente não pode apenas aproveitar a vida, o agora, sem se preocupar tanto com o depois? Já pensou se soubéssemos o dia em que morreremos, como o pessoal do filme fica sabendo? Muita gente ia enlouquecer porque ia descobrir que não fez nada da vida e talvez já fosse tarde demais para fazê-lo. Por que não aproveitar a vida, simplesmente? Por que a gente sempre acha que há tempo... Mas não há... Tudo pode mudar, como no filme muda, quando a terra se choca com o Melancolia. A cena da colisão é linda. Efeitos visuais muito bons. E a cena em que o Melancolia está no céu junto com a lua também é bonita, pois parece que há duas luas no céu. Pra mim, que adoro luas, seria um sonho rs. Só achei o filme um pouquinho longo demais, mas é muito bom. Pra quem gosta de refletir sobre as coisas, é uma boa pedida.

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