Abrindo os trabalhos de 2017, venho com "Capitão Fantástico". Já tinha ouvido falar sobre o filme e comprovei que realmente ele é tão bom ou até melhor do que havia lido. O filme fala sobre a relação entre Ben (Viggo Mortensen, maravilhoso no papel) e seus seis filhos. Ben e sua mulher criam os filhos de modo peculiar, longe das grandes cidades e até mesmo da civilização, diria eu, fazendo-os escalarem, acenderem fogueiras com pedras, usarem armas, caçarem seu próprio alimento, mas como contraponto a isso, exigem que os filhos leiam grandes obras literárias, sociológicas, filosóficas. Apesar dos treinamentos pesados de Ben e, talvez, de sua falta de senso para tratar de determinados assuntos com seus filhos mais novos, há espaço para o diálogo, para a construção de ideias e o principal... ele realmente acredita que aquela é a melhor forma de criar os seus filhos. É certo que mesmo com a abertura de diálogo, os filhos se sentem tolhidos em alguns momentos por terem uma opinião diferente do pai. É o caso do filho mais velho, que demora a dizer ao pai que foi aceito em várias universidades e que gostaria de cursar alguma. Quando sua mulher morre, Ben e seus filhos vão à cidade para dá-la uma cerimônia funerária de acordo com o que ela queria. Nessa jornada pela cidade, o filme nos traz algumas críticas, como a observação de que as pessoas nas cidades grandes estão obesas por conta dos fast foods, que estes não vendem comida de verdade e que o ensino das escolas não é tão eficaz. A cena do jantar na casa dos tios, nos faz perceber que embora os filhos de Ben sejam preparados para várias coisas, talvez não estejam preparados para interagirem com pessoas com um estilo de vida diferente. A experiência na cidade, leva Ben a perceber que talvez ele tenha errado com seus filhos, no modo como os criou, e isso ele tenta recompensar ao fim, quando tenta achar um meio termo entre o que ele acredita e o que os filhos precisam, saindo da floresta e indo morar numa espécie de fazenda, para que seus filhos possam frequentar a escola. Destaco o funeral da mãe, com uma das filhas cantando "Sweet Child O'mine" como a cena mais bonita e emocionante do filme. Com certeza um filme que nos leva muito a pensar sobre a sociedade em que vivemos e nossas interações. Me lembrou um pouco "Pequena Miss Sunshine". Recomendo!!!
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