terça-feira, 18 de abril de 2017

Os 13 porquês, de Jay Asher.


Os 13 porquês, de Jay Asher, é o livro que dá origem à série do momento, "13 reasons why". Depois que li o livro, fiquei pensando que talvez a série seja melhor que o livro, pelo bafafá que tá em torno dela. Ou talvez seja apenas pelo tema mesmo. Bem, o livro não é ruim, mas eu também não o achei excelente, embora realmente lhe faça pensar sobre o modo como as suas ações podem afetar a vida de outrem. E como às vezes as pessoas só querem ser ouvidas por alguém e anseiam por alguém que queira lhes conhecer de verdade. Acho que a história do livro todo mundo já sabe... Hannah Baker se suicida e isso todos já sabem desde o início. As pessoas responsáveis pela sua morte, os 13 porquês, recebem as fitas em que ela conta como aquelas pessoas podem ser responsabilizadas pelo seu suicídio e cada uma é responsável por passar as fitas adiante. O livro é narrado por duas pessoas, Hannah e Clay. Diferente da maioria dos livros em que as narrativas das personagens se dão em capítulos em separado, aqui temos a narrativa entrelaçada dos dois, o que é um ponto legal do livro, pois vamos sabendo o que Clay pensa enquanto escuta o que Hannah está falando. O livro me fez pensar em como é importante ter um amigo com o qual conversar sobre as coisas. Já passei por algumas situações do livro e ter um amigo fez toda a diferença do mundo. Clay poderia ter sido esse amigo, já que gostava dela, mas por conta de todos os boatos que circulavam sobre ela na escola, ele nunca tentou uma aproximação, com medo de descobrir quem era ela de verdade. Embora as pessoas sejam de certa forma culpadas pelo que aconteceu a Hannah, eu não sei até que ponto é "saudável" mandar fitas pras pessoas culpando-as pela sua morte. Esse é uma crítica que faço ao enredo do livro. O suicídio, pra mim, sempre foi sinal de desespero, de não ter mais saída. Nunca julguei quem já tentou se matar ou quem de fato se matou, pois não sei pelo que aquela pessoa passa para julgá-la. Enquanto lia, fui pensando em quantas possibilidades aquela menina tão jovem teria. No último capítulo, ela faz uma última tentativa com o professor orientador, que eu esqueci o nome agora, mas  que embora essa tentativa seja feita, parece que há muito ela já desistiu da vida. O bom do livro é que ele realmente lhe prende. Eu mesma fiquei muito curiosa para descobrir como aquelas 13 pessoas eram responsáveis pela morte de Hannah. Só não concordei muito com a inclusão de Clay nessa lista, mas enfim... O último capítulo é bonito com toda a certeza. Uma chance de recomeço. E no fim do livro tem os telefones que ajudam pessoas que pensam em suicídio, o que com certeza pode ser útil pra muita gente. E uma coisa legal que também temos aqui é que o autor apresenta o processo de criação da obra. Com certeza é um livro que merece ser lido, relido e debatido para que o que aconteceu com a Hannah da ficção aconteça cada vez menos com as Hannah's da vida real. 

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