segunda-feira, 19 de junho de 2017

1808, de Laurentino Gomes.


Comecei a ler 1808 sem grandes pretensões, mas o livro realmente me surpreendeu. É muito bom! A obra conta o processo da transferência da família real para o Brasil e percebemos que a vinda para o Brasil não foi pensada de uma hora para outra, mas era já um desejo antigo da Corte Portuguesa, que com as ameaças de Napoleão, se viu com a faca e o queijo na mão e aproveitou a oportunidade. A vinda não foi fácil e o que tinha tudo para dar errado, acaba dando certo, dentro das possibilidades existentes. O livro é dividido em capítulos, que tanto têm como tema personagens, como D. João VI e Carlota Joaquina, como também alguns eventos históricos, como é o caso da Revolução Pernambucana, de 1817, que eu nem sabia, acaba atrasando a coroação de D. João VI em um ano. Pra quem pensa que a roubalheira na política começou agora, vá ler o livro. A corrupção no Brasil já vem de muito tempo. E o descontrole dos gastos públicos também. Mesmo falida, a corte dava muitas festas. A que mais me chamou atenção foi a do casamento de Leopoldina e Pedro I, em Viena, em que, atualizando para os valores atuais, foi gasto em torno de R$9.000,00 com cada convidado. Outra coisa que me chamou atenção foi o processo de transporte da Biblioteca Real para o Brasil. Na correria da fuga, as caixas foram esquecidas no cais e apenas três anos depois, em 1811, acabaram de chegar ao Brasil. O trabalho de encaixotamento foi dado aos Santos Marrocos, pai e filho, que trabalhavam na Biblioteca Real. O filho, Luiz Joaquim, é o responsável por trazer os livros ao Brasil. E, como a história sempre está sendo (re)visitada e (re)atualizada, descobre-se uma filha que ele tem com a esposa, antes de se casarem, e que ao que parece, foi dada para adoção. Pra quem gosta de História do Brasil, eu recomendo, pois além de bom, é um livro de leitura fácil. 

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