Sei que já faz um certo tempo que saiu a notícia de que Cordel havia acabado, mas resolvi falar sobre isso. Vi no jornal do dia 25 de fevereiro. Tava na escola e me lembro que o meu amigo Tiago me mostrou a notícia. Quase chorei. É, ou era, a banda que eu mais gosto. Ainda me lembro do Festival de Inverno de Garanhuns, no ano de 1999, quando vi pela primeira vez o Cordel do Fogo Encantado. Fiquei encantada. Aquela banda era diferente de tudo o que eu já havia visto até aquele momento. Bem, e continuou sendo diferente de todas as coisas que eu conheço. Perdi a conta de quantas vezes assisti o show da banda. Já vi em Garanhuns, na Concha Acústica da UFPE numa calourada, na Praça do Arsenal, na Torre Malakoff, na Praça da Várzea, no Teatro da UFPE, no Clube Português, no RecBeat e em muitas apresentações no Marco Zero... Cada apresentação era diferente. As poesias, os cordéis, para mim, eram o ponto forte das apresentações. Ai se sêsse, Tonho de Juvita, Jesus no Xadrez, Isabé... Como Lirinha os recitava bem... Até que o Cordel foi ficando de lado e ficou só o Fogo Encantado, que às vezes nem estava tão encantado assim... Já teve apresentação que Lirinha esqueceu a letra de tão chapado que tava... Mas os fãs continuavam lá. Veio a MTV. Nem parecia que era Cordel... Era sério demais... Arrumadinho demais... Uma tentativa de tornar visual o que é uma experiência de todos os sentidos. Um show de Cordel pra mim é uma experiência sensorial. Pra mim, é impossível ficar sentada assistindo aquele dvd da MTV. Eu não consigo. Sempre dou uns pulos em casa quando o estou assistindo. A coisa foi ficando mais musical. O primeiro e o segundo cds são maravilhosos. O terceiro já não é estas coisas todas... Tem músicas que nem parecem o bom e velho Cordel. Mas "Morte e Vida Stanley" vale o cd. Quando vi a notícia, me senti como os fãs dos Beatles quando a banda acabou. Sem exageros. O sonho havia acabado. Foi embora a banda mais criativa de Pernambuco nos últimos tempos. Adooro Eddie, Nação Zumbi, Academia da Berlinda, mas igual a Cordel do Fogo Encantado, nunca houve e nem nunca haverá...
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