Quarta-feira fui assistir lá no Apolo com Adriano,
Flor do Deserto. Eu não sabia nada sobre filme. Só que contava a história de uma modelo da África que lutava contra a mutilação dos órgãos genitais femininos, costume em seu país. Eu achei o filme excelente! Quem faz o papel da Waris é Liya Kebede, que vim descobrir por estes dias que era modelo. Nem parece porque ela trabalha melhor que muita atriz por aí... O filme tem uma fotografia linda, especialmente nas partes que se passa na Somália. A Waris tem os seus órgãos genitais cortados aos três anos. Eles cortaram-lhe o clitóris, os grandes lábios e depois a costuraram. Quem não passa por este ritual é considerada impura. Só o marido dela poderia abrir aquela costura. Em uma entrevista, anos mais tarde, diz que aquele foi o dia que marcou a sua vida para sempre. Ela foge de casa aos 13 anos, para se livrar de um casamento com um homem de 60 anos. Ela passa 09 dias andando pelo deserto, até chegar à casa de sua avó materna, que a manda para Londres, para trabalhar como empregada na casa de uma tia sua, que parece mais uma madrasta dos contos de fada. Quando a guerra civil do seu país acaba, as pessoas da Embaixada, onde vive com a tia, têm que voltar à Somália, mas ela foge e fica vagando pelas ruas até encontrar Marylin, uma vendedora que arranja um abrigo para Waris. Aos poucos, se tornam amigas. Quando Waris começa a trabalhar em uma rede de fast food cruza o caminho com Terry Donaldson, um fotógrafo bastante conhecido no mundo da moda, que lhe dá um cartão. Bem, quando ela resolve procurá-lo, as coisas mudam... Ela começa a fotografar, viajar, desfilar e torna-se uma mulher de sucesso. Anos depois, torna-se embaixadora da ONU contra a mutilação dos órgãos genitais femininos ou alguma coisa parecida. Descobri hoje que o filme é baseado em um livro homônimo e fiquei com muita vontade de lê-lo. Pra quem gosta de histórias de gente como a gente, gente de verdade, este filme é uma excelente oportunidade desfrutá-las...
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