quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

03 anos do 05/01/2008.

Há exatos três anos eu estava voltando de uma viagem que fiz a Natal com Kíkero e Thiago. Estávamos conversando e o mp alguma coisa de Kíkero tocava uma música de Chico Buarque (Eu sabia que tinha um motivo pra eu não gostar dele rs) quando o gol cinza da foto acima apareceu na frente do carro que a gente tava (o gol vermelho) e Kíkero tava contando uma piada. Na hora eu pensei: "Vai bater", o que acabou acontecendo. Na gora em que os carros bateram pareciam que o barulho do mundo todo tinha vindo pra junto de mim. E depois, mesmo que rápido, parecia que eu estava "escutando" o silêncio do mundo todo. Depois disso, veio a dor. Eu comecei a fazer uns barulhos meio iguais àqueles que o Kiko faz quando tá chorando rs. Me veio o medo de que o carro explodisse e a vontade de sair IMEDIATAMENTE do carro. Kíkero ainda tentou me levantar, mas eu não consegui sair passar da porta do carro de tanta dor que sentia no peito. E como dizer à mainha que não ia mais chegar em casa naquele dia? E o pior de tudo é que eu só pensava na minha formatura. Só faltavam praticamente dois meses pra minha colação de grau e eu não queria morrer. Fiz até um "trato" com Deus. Ele podia me levar no dia 18 de março, mas eu tinha que ficar viva até o dia 17 de março pra poder ir pra minha formatura.
As horas que passamos esperando o SAMU me pareceram dias. Mas naquele momento eu já fui repensando a minha vida. E tinha até "paparazzi" na estrada. Eu fiquei deitada no banco traseiro do carro e só via os flashes das câmeras do povo. Eita espírito de porco do pessoal rs! E eu com medo de que não batesse nenhum ônibus, carro ou caminhão no carro que eu tava porque só ficou uma mão livre para os carros prosseguirem viagem. Fui sozinha na mbulância. Thiago foi em outra e Kíkero eu nem sabia por onde ele tava. Só sei que a minha bolsa ficou com ele. Fui conversando com os dois rapazes. Chegando no Hospital de Traumas de João Pessoa, me pediram meio mundo de telefones, endereço e coisas do gênero. Depois a enfermeira foi dar ponto no meu pé porque o meu dedinho do pé esquerdo havia sido quebrado. Me mandaram para a sala da radiografia e da ultrassonografia. Como o negócio era sério demais, me mandaram fazer uma tomografia.
Quando tava indo fazer a tomografia, me lembrei da professora que tinha lá na escola e que morreu de uma batida de carro porque afetou uma área da meninge. Ajudou ainda mais quando o cara que fez a tomografia disse: "Espero que você não morra porque você é muito jovem para morrer". Esperei ele sair, porque não gosto de chorar na frente de ninguém, e desandei a chorar. Ainda encontrei Thiago na outra maca. E a minha cabeça já tava começando a doer porque na parte de cima das macas tem uma coisa circular que incomoda pacas... Teve um enfermeiro que tirou o colar que colocaram no meu pescoço. Por causa dele, hoje tenho duas cicatrizes nas costas. Teve uma mulher, não sei se era médica ou enfermeira, que quando viu que o homem tinha tirado o colar quase dava na cara dele. Aí foi quando ele me disse que eu havia fraturado o pescoço porque até agora eu tava voando.... Eu em minha santa inocência disse: "Só isso?". Ela disse: "Só isso? Isso é uma coisa séria". Aí me levaram pra enfermaria da emergência. Thiago ainda foi lá falar comigo. Depois disso, fiquei olhando o soro acabar e esperando a enfermeira trocar o soro e depois apaguei...
Amanhã eu continuo...

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