Se eu pudesse resumir este livro numa frase seria "E entrou pela perna do pinto, saiu pela perna do pato". Minha vó sempre falava essa frase quando terminava de contar uma história a mim e a meu irmão, quando éramos pequenos. E o livro tem esse espírito. O autor começa falando uma coisa e depois tá em outra e são muitas digressões pelo meio do caminho, que nem sempre dá pra acompanhar. O povo todo que eu conheço teve dificuldade para lê-lo. Não é um livro muito fácil de ser lido e acho que as digressões contribuem um pouco para isso. Eu terminei nem fazendo o trabalho. O professor de Literatura Portuguesa nos mandou ler para debater sobre a obra, mas mesmo assim eu acabei lendo o livro todo. Tinha virado uma questão de honra...
O livro foi publicado em 1845 e é um exemplar do Romantismo Português. Narra a viagem que o autor realizou de Lisboa a Santarém. Encontramos vários gêneros no romance, várias pontes com grandes escritores da literatura mundial e acho que se você não tem muito conhecimento sobre esses autores, você se perde um pouco. O livro mostra a cultura e principalmente a situação política de Portugal à época de sua escrita: Portugal estava MUITO dependente da Inglaterra. Lá pelo meio do livro, são introduzidos alguns personagens: Frei Dinis (que representa o velho Portugal), o responsável pela desgraça que se abate sobre a família de Carlos (que representa o pensamento liberal e a vontade de mudança) e Joaninha, que já o culpam mesmo sem saber da verdade. Os dois são primos e possuem um amor aparentemente inabalável um pelo outro, mas tudo muda quando os segredos da família começam a ser revelados. A dependência da Inglaterra, em minha humilde opinião, também está presente no romance na relação entre Carlos e Georgiana.
É um livro que, com um pouco de paciência, vale a pena ser lido!
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