quinta-feira, 13 de junho de 2013

Viagens na minha terra, de Almeida Garret.

Se eu pudesse resumir este livro numa frase seria "E entrou pela perna do pinto, saiu pela perna do pato". Minha vó sempre falava essa frase quando terminava de contar uma história a mim e a meu irmão, quando éramos pequenos. E o livro tem esse espírito. O autor começa falando uma coisa e depois tá em outra e são muitas digressões pelo meio do caminho, que nem sempre dá pra acompanhar. O povo todo que eu conheço teve dificuldade para lê-lo. Não é um livro muito fácil de ser lido e acho que as digressões contribuem um pouco para isso. Eu terminei nem fazendo o trabalho. O professor de Literatura Portuguesa nos mandou ler para debater sobre a obra, mas mesmo assim eu acabei lendo o livro todo. Tinha virado uma questão de honra...
O livro foi publicado em 1845 e é um exemplar do Romantismo Português. Narra a viagem que o autor realizou de Lisboa a Santarém. Encontramos vários gêneros no romance, várias pontes com grandes escritores da literatura mundial e acho que se você não tem muito conhecimento sobre esses autores, você se perde um pouco. O livro mostra a cultura e principalmente a situação política de Portugal à época de sua escrita: Portugal estava MUITO dependente da Inglaterra. Lá pelo meio do livro, são introduzidos alguns personagens: Frei Dinis (que representa o velho Portugal), o responsável pela desgraça que se abate sobre a família de Carlos (que representa o pensamento liberal e a vontade de mudança) e Joaninha, que já o culpam mesmo sem saber da verdade. Os dois são primos e possuem um amor aparentemente inabalável um pelo outro, mas tudo muda quando os segredos da família começam a ser revelados. A dependência da Inglaterra, em minha humilde opinião, também está presente no romance na relação entre Carlos e Georgiana.
É um livro que, com um pouco de paciência, vale a pena ser lido!

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